Acabo de saber que o meu antigo colega, Otavio Ramos, morreu dormindo, dia 28 de setembro de 2005. Estou triste, mas acho que é a melhor forma de morrer.
Uma vez ele escreveu sobre o meu trabalho no jornal.
Apesar de ter ficado parecendo que minhas fotos de vegetais foram feitas depois do Festival, eu fiquei muito contente e adorei o final: poesia concreta.
Meu trabalho com fotos de troncos teve início 17 anos antes do Festival.
”Márcia Britto já vinha aprimorando seu trabalho documental no Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG. Mas sua câmera criativa ganhou novo alento, ao acompanhar os passos de Franz Krajcberg, em oficina no 29 Festival de Inverno, em Ouro Preto e cercanias. Fotógrafa-arqueóloga, ela surpreende a natureza em detalhes insuspeitados, em imagens de texturas do barro e do chão, filigranas da vegetacão: intestinos de lama endurecida, o rosto ancião da casca da árvore, a rosa dos ventos em folhagens. Poesia concreta.”.
Otávio Ramos
Poeta e jornalista
Jornal da UFMG . novembro de 1997
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